UM DESABAFO PELO MEIO AMBIENTE

10-10-2010 18:11

 Aterro é construído em área protegida - Jornal da Tarde

Área protegida da Mata Atlântica em São Mateus, Zona Leste será transformada em aterro por empresa contratada por Kassab (veja a reportagem do JT ao final).

A empresa alega o eminente apagão do Lixo em São Paulo. Esse “apagão” não era novidade. Tem sido apontado como uma grande ameaça por especialistas já há algum tempo em São Paulo. No governo Marta, as taxas do lixo quando foram criadas sofreram grande ataque da mídia tornado-se alvo nos debates eleitorais de 2004, como pode ser verificado na matéria da Folha Online de 04/08/2004, Marta diz que acabar com taxa do lixo seria "irresponsável"

A matéria dizia:

"Ela [a taxa do lixo] tem que ficar. Quando as pessoas dizem que vão tirar, eu fico pensando o que que elas querem daqui a dois anos? A cidade ter o apagão do lixo? É irresponsável. Nós temos um problema real na cidade: os aterros, que vão terminar daqui a dois, três anos. Então podemos ter um apagão do lixo se não investir nisso", disse Marta em entrevista ao SPTV, da TV Globo.

Já no início da gestão Serra a taxa foi extinta, provavelmente porque o mesmo não quis assumir o custo eleitoral, já que não permaneceu nem dois anos no cargo de Prefeito para concorrer à Presidência em 2006. Kassab também não se preocupou com o problema do lixo. A arrecadação do município, no último ano do governo Marta em 2004 foi de R$ 13 bilhões. Em 2008 era de R$ 22 bilhões, mas o gasto com a limpeza pública foi reduzido de 4% da arrecadação no final do governo Marta para 3% no governo Kassab (leia mais). Redução de gastos com políticas públicas tem sido um marco de Kassab que também em 2009 que mesmo com aumento da arrecadação em ano de crise reduziu em 18% os investimentos impedindo a construção de 3 hospitais e a redução em 2009 de 13% dos gastos com prevenção a enchentes (leia mais nesse blog e veja a matéria do Estadão de dez/09, Prefeitura deixou de investir R$ 353 mi contra enchentes). Mas se voltar a chover o Prefeito vai botar a culpa no sofá, de novo (leia também Metade dos piscinões está tomada pelo lixo - Jornal da Tarde – São Paulo).

Mesmo diante de grandes catástrofes anunciadas como a das enchentes, a grande mídia, em especial Globo, Folha e Veja blindaram Serra e Kassab de passarem por constrangimentos eleitorais. Mais uma catástrofe se anuncia, agora, o apagão do lixo, sem que o prefeito mova uma palha para evitar. Muito pelo contrário, tem contribuído para que aconteça (leia Coleta seletiva ineficiente joga pelo lixo até R$ 749 milhões por ano - saopaulo - Estadao.com.br). Agora temos ameaçada de se transformar em lixão, uma das poucas áreas preservadas no município, e por iniciativa, ou melhor, por falta de iniciativa, da própria Prefeitura.

Veremos a grande mídia tão empenhada em debater essa questão?

Ou acordamos dessa Matrix criada pela grande mídia ou continuaremos escravos dos interesses da elite colonial e secular que não quer largar o osso.

Se você acha que não é controlado por essa elite, vejo o vídeo abaixo (fantástico):


Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.
10 de junho de 2010 |
Categoria: meio ambiente


Morro do Cruzeiro, segundo ponto mais alto de SP, fica a 500 metros do novo aterro (Foto: J.F. Diório/AE)
Marici Capitelli

Sem muito alarde, a construção da Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL) em São Mateus, na zona leste da capital, começou nesta semana.
O futuro aterro sanitário ficará dentro de uma área de mata atlântica em uma Zona Especial de Preservação Ambiental (zepam) de 4 milhões de m². Lá habitam veados, gambás, macacos e aves.
A obra é de responsabilidade da Ecourbis Ambiental S A, uma das empresas responsáveis pela coleta de lixo e destinação dos resíduos na capital. Moradores e ambientalistas têm opiniões divergentes sobre a construção.
O terreno para a construção do aterro foi desapropriado pela Prefeitura em 1995 e cedido à Ecourbis. A área tem 1,13 milhões de m², dos quais 430 mil servirão para armazenar o lixo.
A Ecourbis diz que o aterro é imprescindível para que a cidade (sem aterro próprio desde novembro) não sofra um apagão do lixo. A empresa diz que fará um amplo programa de compensação ambiental.
Em março, o juiz federal Victorio Giuzio Neto deu parecer favorável para as obras. Havia questionamento na Justiça sobre a validade de uma das audiências públicas.
Integrantes da Campanha Mais Vida Menos Lixo vão entrar na Justiça para tentar barrar a obra. O futuro aterro fica a 500 metros do Morro do Cruzeiro, que tem 998 metros de altitude e é o segundo ponto mais alto da cidade, perdendo apenas para o pico do Jaraguá (1.135 metros). O local é considerado um patrimônio da capital.
“Não faz sentido o desmatamento de uma área tão importante para a construção de um aterro. Nós acreditamos que é possível tratar a questão do lixo usando alternativas sustentáveis, como a biodigestão”, afirma José Vicente Pimenta, coordenador da campanha e que está arrecadando assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular que visa a transformação da área em um parque natural.

Postado por Sergio Antiqueira às 20:56

Marcadores: políticas públicas, SINDSEP

1 comentários:

Ligia Mara mencarelli disse...

Sou integrante do GEAL - Grupo de Educação Ambiental no Local. O grupo tem como objetivo ensinar a importância da preservação do meio ambiente em parques, APAS e demais áreas verdes às pessoas. O grupo se reúne mensalmente para a prática. Somos moradores da Zona Leste e o Morro do Cruzeiro tornou-se nosso santuário. Quando nosso destino é o Morro, fazemos o trajeto, de 18 km na caminhada. Em 22/08 fomos a mais uma de nossas visitas, pois temos como hábito recolher todo o lixo, que lá encontramos. Quando lá chegamos, a decepção foi total. O desmatamento foi intenso. Acredito que as pessoas não estavam conscientes do que seria realizado ali. Achávamos que o CTL não atingiria a Nascente do Rio Aricanduva. A nascente maravilhosa havia se tornado um pequeno veio, que teimava em sair da terra, em meio a montanhas de terra e árvores arrancadas, raízes e cobertura superficial, queimadas. A pergunta é: Quem ganhou com isso? O problema do lixo pode ter sido resolvido por um pequeno espaço de tempo. E a nascente? Não tem importância? Encontrar uma nascente de água potável, em pleno século XXI é comum? Como explicar aos jovens, que por vezes ensinamos a importância da preservação, que a Prefeitura compactua com tamanho crime? Por que não investir em coleta seletiva e educação da população, para que o problema do lixo possa ao menos ser minimizado? Volto a perguntar: se é que alguém pode me responder, quem ganhou com isso?

31 de agosto de 2010 17:30  

 

LINK PARA A MATÉRIA ACIMA - https://sindsepforte.blogspot.com/2010/06/aterro-e-construido-em-area-protegida.html

 

ESSE COMENTÁRIO FOI DIGNO DE UMA MATÉRIA QUE O DONO FEZ QUESTÃO DE POSTAR NO BLOGGER DELE.

Um desabafo pelo meio ambiente

Publico aqui o relato e desabafo da navegante Ligia Mara ao comentar a postagem Aterro é construído em área protegida que publiquei discutindo a notícia do Jornal da Tarde. A reportagem denunciava uma área protegida da Mata Atlântica em São Mateus, Zona Leste sendo transformada em aterro por empresa contratada por Kassab.

Ligia Mara Mencarelli comentou:
Sou integrante do GEAL - Grupo de Educação Ambiental no Local. O grupo tem como objetivo ensinar a importância da preservação do meio ambiente em parques, APAS e demais áreas verdes às pessoas. O grupo se reúne mensalmente para a prática. Somos moradores da Zona Leste e o Morro do Cruzeiro tornou-se nosso santuário. Quando nosso destino é o Morro, fazemos o trajeto, de 18 km na caminhada. Em 22/08 fomos a mais uma de nossas visitas, pois temos como hábito recolher todo o lixo, que lá encontramos. Quando lá chegamos, a decepção foi total. O desmatamento foi intenso. Acredito que as pessoas não estavam conscientes do que seria realizado ali. Achávamos que o CTL não atingiria a Nascente do Rio Aricanduva. A nascente maravilhosa havia se tornado um pequeno veio, que teimava em sair da terra, em meio a montanhas de terra e árvores arrancadas, raízes e cobertura superficial, queimadas. A pergunta é: Quem ganhou com isso? O problema do lixo pode ter sido resolvido por um pequeno espaço de tempo. E a nascente? Não tem importância? Encontrar uma nascente de água potável, em pleno século XXI é comum? Como explicar aos jovens, que por vezes ensinamos a importância da preservação, que a Prefeitura compactua com tamanho crime? Por que não investir em coleta seletiva e educação da população, para que o problema do lixo possa ao menos ser minimizado? Volto a perguntar: se é que alguém pode me responder, quem ganhou com isso? 

Morro do Cruzeiro, segundo ponto mais alto de SP, fica a 500 metros do novo aterro (Foto: J.F. Diório/AE)
Marici Capitelli

LINK DA MATÉRIA DO COMENTÁRIO: https://sindsepforte.blogspot.com/2010/08/um-desabafo-pelo-meio-ambiente_31.html

 

AGORA, VEJAM A MATÉRIA QUE SAIU NO “ESTADÃO” DIA 11 de Junho de 2010

Aterro sanitário ameaça área ambiental

Central de Tratamento de Resíduos Leste será construída em área de mata atlântica, a 500 metros do segundo morro mais alto de SP.

11 de junho de 2010 | 0h 00

Marici Capitelli - O Estado de S.Paulo

Após três anos de discussões, o aterro sanitário paulistano que deve substituir o saturado São João, ambos em São Mateus, na zona leste, ainda divide opiniões. Integrantes da Campanha Mais Vida Menos Lixo vão entrar na Justiça para tentar barrar a construção, que começou nesta semana e tem prazo para terminar em dezembro. Sem ele, as empresas de coleta temem que a capital tenha um apagão do lixo.

A Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL) será construída pela Ecourbis Ambiental S.A. dentro de uma área de mata atlântica em uma Zona Especial de Preservação Ambiental (Zepam) onde existem veados, gambás, macacos e aves. A obra também divide moradores e ambientalistas. A Ecourbis afirma que o aterro é imprescindível para a capital, que desde novembro está sem aterro próprio ? pela primeira vez em 30 anos. A empresa garante que fará um amplo programa de compensação ambiental, que inclui a criação do Parque Sapopemba em uma área de 3,2 milhões de m2. Serão construídos também na região outros cinco parques com 4 mil m2 e uma parte da Avenida Sapopemba será recuperada.

"Patrimônio". O futuro aterro fica a 500 metros de distância do Morro do Cruzeiro, que tem 998 metros e é o segundo ponto mais alto da cidade, perdendo apenas para o Pico do Jaraguá. O local é considerado um patrimônio da capital.

"Não faz sentido o desmatamento de uma área tão importante para a construção de um aterro sanitário", afirma Pedro Vicente, coordenador da campanha. A Pastoral da Ecologia, ligada à Igreja Católica, também é contrária à construção.

Já Hamilton Clemente Alves, presidente do Movimento Ambiental Cultural Ecológico (MACE) da região, defende o CTL. Segundo ele, é um "mal necessário" para a cidade. "São Paulo está precisando de um aterro sanitário e, se ele vem para a nossa região, que tenhamos então toda a compensação ambiental." Alves conta que amanhã será instalado um conselho com cerca de 30 pessoas para acompanhar as obras e a compensação.

Depósito de lixo. Para os que são contrários ao aterro, esses moradores estão iludidos. O ambientalista Carlos Bochuy, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), disse que apesar de o projeto ter sido aprovado no órgão, se opôs ao aterro. "A zona leste foi eleita para ser depósito de lixo."

VEJAM OS COMENTÁRIOS

6 Goytá F Villela Jr

12 de junho de 2010 | 13h 04Denunciar este comentário

@Ronaldo Reis, já houve uma usina de incineração de lixo em São Paulo. Ficava na Vila Leopoldina. Foi fechada porque era caríssima de se manter e extremamente poluente, já que não tinha os filtros necessários (até porque não resolveriam, porque ainda havia o problema de dispor das cinzas e outros resíduos sólidos da queima - cheios de metais pesados e substâncias cancerígenas). O problema não é tão simples, mas daí a desmatar uma área supostamente "protegida" de mata atlântica para fazer um novo aterro, vai uma grande distância. Isso é um escândalo!

5 Ronaldo Reis

12 de junho de 2010 | 8h 26Denunciar este comentário

Uma cidade com uma arrecadação destas já esta na hora de pensar em uma Usina de Incineração, igual a essas já existentes em paises de 1º mundo. Vamos ficar enterrando lixo até quando.

Também concordo que antes de darmos estes destinos devemos aproveitar estas riquezaz através da reciclagem, vamos enfrentar o problema

4 Rodrigo Souza

11 de junho de 2010 | 17h 57Denunciar este comentário

Ta de brincadeira... Mal necessário? porque esse senhor não abre uma vala na sala dele para colocar todo esse lixo? sou totalmente contra esse lixão...

3 clara leonor vaz guimaraes prudente de

11 de junho de 2010 | 13h 38Denunciar este comentário

Enquanto isso no Senado, a Lei que trata do tema e que estava em vias de ser aprovada, foi abortada em uma reunião das lideranças , por ingerencia de dois Senadores que estavam com vontade de mostrar serviço depois de 8 anos sem fazer nada ou só fazendo o que não presta. A incapacidade e o desonestidade dos nossos politicos estão muito acima da média tradicional. Enquanto isso o povo chafurda no lixo.

 

2 Osterno Antonio de Souza

11 de junho de 2010 | 13h 04Denunciar este comentário

Com tantos projetos copiados, de vários países do mundo, porque não se copia o que realmente seria a solução plena. Vão conhecer o sistema de tratamento de lixo implantado em Barcelona. Sem caminhões na rua, sem lixeiros e sem estes contratos exorbitantes e abusivos existentes na capital. É caro, mas espetacular e vai diminuindo o custo à medida que amplia e retira do sistema um volume muito grande de homens e caminhões, contratos e sujeira, de todos os tipos.

1 loryn Hassa

11 de junho de 2010 | 12h 39Denunciar este comentário

Faça esse "Mal Necessário" na porta da sua casa Srº Hamilton Clemente Alves. Garanto que você não quer! Isso é que dar, deixar a cidade crescer de qualquer maneira, sem projecto urbano. É só chegar, invadir e fazer lixo. É por essas e outras que São Paulo vai entrar em colapso, não demora muito!

ESTE “DESABAFO” SAIU JORNAL DE UMA ESCOLA DA PREFEITURA.

 

A Região de São Mateus perde Grande Área Verde e a Nascente do Rio Aricanduva para dar lugar a Aterro Sanitário. Um Desabafo pelo Meio Ambiente.

 

O GEAL – Grupo de Educação Ambiental no Local, que tem como objetivo, ensinar a preservação do meio ambiente em parques, APAS e áreas verdes, às pessoas, constata mais uma degradação ao meio ambiente.

Em visita ao Morro do Cruzeiro, em 22/08, pudemos perceber grandes mudanças, parte da vegetação desmatada, a nascente do Rio Aricanduva transformada em veio, troncos e a cobertura do solo queimada. Motivo; a construção de mais um aterro sanitário, que tem área de 1,13 milhões de m2, 430 mil, servirão, para armazenar o lixo. O terreno foi desapropriado pela Prefeitura em 1995. 

A Central de Tratamento de Resíduos Lestes (CTL) será construída pela Ecourbis Ambiental S.A, dentro de uma área de mata atlântica em uma Zona Especial de Preservação Ambiental (Zepam) onde existiam veados, gambás, macacos e aves. O aterro dista 500 metros do Morro do Cruzeiro, que tem 998 metros de altitude, é o segundo ponto mais alto da cidade, perdendo apenas para o Pico do Jaraguá. A empresa garante que fará um amplo programa de compensação ambiental.

Até quando perderemos áreas verdes? Porque a prefeitura não investe em coleta seletiva e na reeducação da população com relação à separação dos materiais recicláveis? Construindo o novo aterro, o problema do lixo estará resolvido por algum tempo; e daqui alguns anos, qual será a próxima área a ser desmatada? É época de eleições, precisamos conhecer bem nossos candidatos, pois todas as licenças e autorizações ambientais foram emitidas pelos órgãos municipais, estaduais e federais.

Esse descaso com o meio ambiente, não acontece só em São Paulo, no Rio de Janeiro também, com o fechamento do aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, todo o lixo gerado na região metropolitana do Rio será descarregado no bairro de Chaperó, no município de Seropédica. A área de 170 hectares, formada por campos e bosques, fica localizada em cima do Aquífero de Piranema e abrange vários cursos d água. Até quando a humanidade viverá? Não esqueça: não é o Planeta que será extinto, e sim a humanidade. Temos que lembrar que o ATERRO é um MAL necessário e que TODOS NÓS, TEMOS NOSSA PARCELA DE CULPA. 

LÍGIA MARA MENCARELLI